segunda-feira, 14 de junho de 2010

Concurso "Caça ao Livro"

Hoje, dia 14 de Junho de 2010, por ser o último dia do Clube de Leitura do ano lectivo 2009/2010, realizámos um Concurso intitulado "Caça ao Livro".

Com a ausência da maioria dos elementos que constituem este Clube, o João Leote competiu contra um recém-chegado à Biblioteca, o aluno e seu colega Gonçalo Vargem, nº9 do 6ºB.

A prova teve início às 14:45 tendo terminado 45 minutos depois de uma renhida procura pelos títulos de 10 cotas de obras que pertencem a esta Biblioteca, a saber:

821 CAM "Os Lusíadas" de Luís de Camões
8 POR MAG "A Ilha do Chifre de Ouro" de Álvaro Magalhães
8 EST SAI "O Principezinho" de Antoine de Saint-Exúspery
78 MUS SIL "Cânticos religiosos do Natal madeirense"
574 LET "A ecologia explicada para jovens" de José Jorge Letria
8 POR AND "Aquela nuvem e outras" de Eugénio de Andrade
398 FOL PER " Festas e Romarias de Portugal"
82 EST LEE "Onda" de Susy Lee
O DIC TAV "Dicionário Visual Verbo"
9 UNI GRA " A vida quotidiana na Roma antiga" de N. Grant

No final apurou-se o vencedor, João Leote, que recebeu uma obra da colecção Disney - "Procura-se, Robin dos Bosques".

Finalmente, foi lançado ao João um desafio: ler o seu livro de "cabeça para baixo".

E assim acabou o nosso Clube de Leitura por este ano...
Até para o ano!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Maio...




Cerejas me dá Maio,
mas tira-mas o gaio.

Maio me dá hortelão,
muita palha e pouco pão.

Chuva me dá Maio,
se virem o sol, roubai-o.

Maio me dá desventura,
amanhece e já é noite escura.

Flores lindas me dá Maio,
se (a)parecer ramalhete, atai-o.

Maio me dá sardinha
para fazer mal à vizinha.

Versos e rimas me dá Maio,
se não der trovoada, estranhai-o.

João Manuel Ribeiro

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O Clube e as Provas de Aferição 2010

Olá a todos!

Por causa das Provas de Aferição não me foi possível dinamizar o "Clube de Leitura Real" nos passados dias 3 e 10 de Maio. Para que a interrupção das actividades deste Clube não se faça por mais 3 sessões - 17,24 e 31 de Maio -, atendendo a que estou incumbida da classificação de Provas de Aferição e supervisão/apoio dos professores classificadores das Provas, no dia 17, próxima segunda-feira, conto convosco para mais um encontro onde iremos partilhar as leituras que, durante este tempo, andemos a realizar.

Entretanto, sugiro que falemos da Prova e do seu primeiro texto, excerto da obra de Sophia de Mello Breyner, O Bojador,, uma das duas únicas dramaturgias da autora, está publicada pela Editorial Caminho e trata-se de uma obra recomendada pelo Plano Nacional de Leitura para o 4º ano.

O vídeo que a seguir apresento é um trabalho realizado, a partir do livro "O Bojador", pelos alunos dos 3.º e 4.º anos da Escola EB1 Sangalhos, nº2, 2007/2008, no âmbito do Plano Nacional de Leitura, PNEP e Projecto "Era uma vez".
Espero que gostem, se motivem à leitura integral da obra e se inspirem a realizar os vossos próprios trabalhos.



Profª Paula Farinha

domingo, 25 de abril de 2010

25 de Abril - Dia da Liberdade

A Liberdade o que é?...para os miúdos.

Segundo José Jorge Letria in "O que é a Liberdade?"

A Liberdade
é um pássaro sem medo
a cantar dentro da boca.

A liberdade
é uma árvore
capaz de abraçar as estrelas.

A Liberdade
é uma palavra límpida
no ramo mais alto da fala

A Liberdade
é um morango a dizer ao vermelho:
"Agora quero ser verde".

(...)

A Liberdade
é um livro sempre aberto
na página ainda por escrever

(...)

A Liberdade
é um circo que torna livres
todos os bichos.

(...)

A Liberdade
é uma letra apaixonada
por um número iluminado

(...)

A Liberdade
é um avô a gatinhar,
sem parar, atrás do neto.

(...)

A Liberdade
é ter tempo para dar
mais tempo aos outros.

(...)

A Liberdade
é a última coisa
que se pode perder.

(...)

A Liberdade
é um velho
para sempre criança.

(...)

A Liberdade
é um gato
apaixonado pela lua.



POEMA SOBRE A LIBERDADE...para os graúdos.

PARA QUE TU, LIBERDADE

Cresci a sonhar contigo, tu sabes,

com a pressa ansiosa dos amantes,

todo os dias, sem descanso ou desalento,

imginando a claridade do teu olhar sereno,

o rumor da tua voz marinha,

o embalo de onda do teu sono de menina.

Um dia chegaste e ergueste a tua casa

na mansa vizinhança dos meus sonhos,

paredes meias com o esplendor dos cravos.

Partilhei contigo o alpendre das estrelas

onde os meus filhos brincaram e cresceram,

onde eu brinquei com os búzios e as sombras

e te prometi fidelidade eterna,

como no fogo das paixões maiores.

Ambos envelhecemos desde então,

dorso arqueado pelo peso

do mais amargo desencanto,

sem renunciarmos à felicidade

que um dia prometemos um ao outro.

Fomos nós que envelhecemos

ou foi a alegria que se exilou do nosso olhar ?

Foi Abril que perdeu o fulgor primordial

ou fomos nós que deixámos de o merecer,

luz fugidia a escapar por entre os dedos ?

Amanhã acordarás numa cama de pétalas,

imitando a límpida música das fontes,

e eu estarei contigo, como quem renasce,

para que tu, Liberdade, não morras nunca

de tristeza ou abandono nos meus sonhos.

José Jorge Letria (Janeiro de 2004)

Dia Mundial do Livro

No âmbito das celebrações do "Dia Mundial do Livro", passado dia 23 de Abril, sexta-feira, nós, os do Clube da Leitura, organizámos um flash mob de participação livre, na zona ribeirinha de Portimão.
Pelas 17 horas e cinco minutos, à semelhança do que foi feito na Grand Central Station em Nova York, realizámos, em frente à casa Inglesa, um “Frozen” em que os alunos, de diferentes idades e turmas, professores, familiares e amigos presentes, na posse de um livro, colocaram-se em posições criativas de leitura, deitados, sentados ou de pé, sozinhos ou acompanhados, e ficaram congelados durante 5 minutos, após ouvirem um sinal sonoro que marcou o início e fim da actividade. Devido ao entusiasmo dos participantes, a actividade foi repetida.
Desta forma, este Clube de leitura procurou incentivar as pessoas a lerem mais e mostrou que para ler qualquer posição serve.
Como balanço, consideramos ter sido uma actividade interessante, didáctica e a repetir, quem sabe para o ano…ainda com mais participantes















































quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vamos celebrar o "Dia Mundial do livro"!

Olá pessoal!
Conforme anunciámos, amanhã vamos celebrar o "Dia Mundial do Livro" com um flash mob com muitos Livros.

Objectivo:
Celebrar o "Dia Mundial do Livro"
Chamar à atenção para o acto de ler um Livro poder ser descontraído, divertido e não exigir hora ou local marcado.

Actividade:
"Frozen" Estátuas humanas em posições criativas de leitura individual ou colectiva.

Hora: Ajuntamento - 17H

Duração: Após um primeiro sinal sonoro, 5 minutos até novo sinal sonoro.

Local: Junto à casa Inglesa, sozinhos ou acompanhados.

Junta-te a nós e diverte-te!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Preparação de Actividades para o "Dia Mundial do Livro"

Olá pessoal!

No próximo dia 23 de Abril, sexta-feira, celebra-se o "Dia Mundial do Livro", por isso, tenho um desafio para vos fazer.

Vamos comemorar esta data organizando um flash mob?

Flash Mobs são aglomerações/ajuntamentos instantâneos de pessoas em um local público para realizar determinada acção inesperada, para quem está no local, mas previamente combinada. Estas dispersam-se tão rapidamente quanto se reuniram.

O recorde de maior flash mob da história foi quebrado pelos Black Eyed Peas,ao reunir cerca de 21 mil fãs na Avenida Michigan, em
Chicago, nos EUA para comemorar a passagem da 24ª temporada do programa de Oprah Winfrey na TV. O grupo preparou uma surpresinha para ela ao tocar o grande hit I Gotta Feeling com uma coreografia inacreditável envolvendo toda essa multidão. Tudo começa com uma garota dançando sozinha na frente do palco, logo depois toda a multidão começa a fazer a mesma coreografia.



Mas outros, bem giros e mais simples, já aconteceram como o "Frozen" na Grand Central Station em Nova York:



Se quiseres participar aparece no dia 21 de Abril,quarta-feira, às 16 horas na nossa Escola EB 2,3 Engenheiro Nuno Mergulhão para saberes o que vamos fazer...onde e a que horas do dia 23.

Podes avisar outros amigos, passa a palavra, aparece e vamos preparar uma coisa bem divertida!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Dia Internacional do Livro Infantil

Instituído em 1967, o Dia Internacional do Livro Infantil, que visa promover o gosto pela leitura junto dos mais novos.

Celebra-se no dia 2 de Abril numa homenagem a Hans Christian Andersen, escritor dinamarquês mundialmente conhecido pelos seus livros para crianças, cujo aniversário se celebra neste dia e sobre quem podem saber mais na postagem "Biografias". Mas para leres alguns dos seus contos clica em:

http://guida.querido.net/andersen/index.html

O IBBY (International Board on Books for Young People) divulga anualmente uma mensagem de incentivo à leitura dirigida às crianças de todo o mundo.

Este ano coube à escritora espanhola Eliacer Cansino (Sevilha, 1954) a redacção da mensagem da qual aqui se encontra um excerto.

Era um pequeno livro de capa vermelha e marca-de-água dourada. Abri-o expectante como quem encontra um cofre e ansioso por conhecer o seu conteúdo. E não era para menos. Mal comecei a ler, compreendi que a aventura estava servida: a valentia do protagonista, as personagens bondosas, as malvadas, as ilustrações com frases em pé-de-página que observava uma e outra vez, o perigo, as surpresas…, tudo isso me transportou a um mundo apaixonante e desconhecido.

Desse modo descobri que para lá da minha casa havia um rio, e que atrás do rio havia um mar e que no mar, à espera de partir, havia um barco. O primeiro em que embarquei chamava-se Hispaniola, mas teria sido igual se se chamasse Nautilus, Rocinante, a embarcação de Sindbad ou a jangada de Huckleberry. Todos eles, por mais tempo que passe, estarão sempre à espera de que os olhos de um menino desamarrem as suas velas e os façam zarpar.

É por isso que… não esperes mais, estende a tua mão, pega num livro, abre-o, lê: descobrirás, como na cantiga da minha infância, que não há barco, por pequeno que seja, que em pouco tempo não aprenda a navegar.



segunda-feira, 22 de março de 2010

Dia Mundial da Água! 22 de Março

O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas através da resolução A/RES/47/193 de 22 de Fevereiro de 1993, declarando todo o dia 22 de Março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas (DMA), para ser observado a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda 21.
Assim, dinamizam-se actividades concretas que promovam a consciencialização pública através de publicações, difusão de documentários e a organização de conferências, mesas redondas, seminários e exposições relacionadas com a conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos e/ou a implementação das recomendações proposta pela Agenda 21.

Para celebrarmos este dia mergulhámos no mundo dos oceanos e descobrimos a magia da vida marinha em espantosas paisagens subaquáticas com os sons das perfundezas.
Ouvimos os estalidos dos divertidos golfinhos, os ruidosos guinchos das focas e o assombroso eco do canto da baleia-de-bossa.
Um verdadeiro mundo marinho no livro "Oceano" de Maurice Pledger com sons e cenas em 3D.

Mas como ontem foi Dia Mundial da Poesia e Dia Internacional contra a discriminação racial fui até São Tomé, uma ilha Africana, buscar um poema que vos dedico.

Lá no Água Grande

Lá no Água Grande a caminho da roça
Negritas batem que batem co'a roupa na pedra.
Batem e cantam modinhas da terra.

Cantam e riem em riso de mofa
Histórias contadas, arrastadas pelo vento.

Riem alto de rijo, com a roupa na pedra
E põem de branco a roupa lavada.

As crianças brincam e a água canta.
Brincam na água felizes…
Velam no capim um negrito pequenino.

E os gemidos cantados das negritas lá do rio
Ficam mudos lá na hora de regresso…
Jazem quedos no regresso para a roça.



in Primeiro Livro de Poesia,
ALDA DO ESPÍRITO SANTO, edições CAMINHO

postagem feita por: Ana Rita Dias nº3 / 6ºC

21 de Março

Ontem foi...
Dia da Árvore
Dia Mundial da floresta e da poesia, por isso, nós os do Clube de Leitura resolvemos partilhar convosco alguns poemas sobre árvores e livros.



As árvores e os livros

As árvores como os livros têm folhas

E margens lisas ou recortadas,

E capas (isto é copas) e capítulos

De flores e letras de oiro nas lombadas.


E são histórias de reis, histórias de fadas,

As mais fantásticas aventuras,

Que se podem ler nas suas páginas,

No pecíolo, no limbo, nas nervuras.

As florestas são imensas bibliotecas,

E até há florestas especializadas,

Com faias, bétulas e um letreiro

A dizer: «Floresta das zonas temperadas».

É evidente que não podes plantar
No teu quarto, plátanos ou azinheiras.

Para começar a construir uma biblioteca,
Basta um vaso de sardinheiras.

João Dias 6ºC nº14

A secóia

Ela é muito, muito velha,

Mas está bem conservada.

Ela é tão grande, tão grande,

Que não cabe nesta quadra.

6ºC nº3 Ana Rita


A magnólia

Nem sempre as folhas são

quem primeiro vê a luz.

Olhem esta magnólia,

que se cobriu de flores,

antes de se terem coberto

de folhas, os ramos nus…

6ºC nº13 João Tavares



A árvore de borracha

As árvores também se enganaram,

Não a somar ou a subtrair,

mas a florir!

Nem por isso ficam preocupadas.

Há sempre uma árvore de borracha,

Mesmo à mão,

Para apagar,

Os erros que dão!

6ºC nº8 Daniela


Folhagens


Há árvores de folhas persistentes

E outras, cujas folhas são caducas.

Mas o que me faz confusão,

É que andem nuas no Inverno

E vistam um sobretudo de folhas

No Verão!

6ºC nº5 André Rosado



Raízes


Quem me dera ter raízes,

Que me prendessem ao chão.

Que não me deixassem dar

Um passo que fossem em vão.

Quem me deixassem crescer

Silencioso e erecto,

Como um pinheiro de Riga,

Uma faia ou um abeto.


Quem me dera ter raízes,

Raízes em vez de pés.

Como o lodão, o aloendro,

O ácer e o aloés.


Sentir a copa vergar,

Quando passasse um tufão.

E ficar bem agarrado,

pelas raízes ao chão.

6ºC nº19 Wilson

Chegou a Primavera! 20 de Março



Na parte norte do mundo, 20 de Março é o primeiro dia da Primavera.

EQUINÓCIO
O tempo em que a noite e o dia são de duração igual em todas as partes da Terra. A palavra equinócio vem do Latim que significa "noite igual." Equinócio da Primavera: o começo da Primavera, chamado frequentemente de equinócio vernal.
Vernal significa "da primavera." Ocorre a 20 ou 21 de Março

Os ventos frios do Inverno já se foram e as flores selvagens estão a começar a florescer.


A PRIMAVERA

O pai encontrara-a

À saída de casa

E perguntara-lhe

Qual era a pressa

E explicara que não era

Por isso

Que o dia

Rendia mais.

O irmão pedira-lhe

Que não se esquecesse

De trazer os jornais

E a mãe dissera

«não te demores!»

E fizera

Uma série de

Recomendações

Mas ela voava

E tudo

Esquecera:

Cheirara as flores

Da Primavera

E isso era

No que dava…

in Rimas Perfeitas, Imperfeitas e Mais-que-perfeitas, Alice Viera, Texto Editora

terça-feira, 9 de março de 2010

O que Março liga



O que Março liga

Março liga a noite com o dia,
o Manuel com a Maria,
o pão com o bagaço,
a erva com o sargaço,
a poupa com o cuco,
o molhado com o enxuto,
a castanha com o castanheiro,
o fogo com o fogareiro,
a merenda com a sesta,
o jejum com a festa.


João Manuel Ribeiro

segunda-feira, 1 de março de 2010

Semana da Leitura - 1 a 5 de Março


Hoje é o primeiro dia do resto...da Semana da Leitura!
Mas o que é a Semana da Leitura?

Para aqueles menos esclarecidos e que não se preocupam ou não têm grande tempo para andar à descoberta eu passo citar:

A Semana da Leitura é uma actividade que pretende celebrar o prazer de ler. Decorre preferencialmente na primeira semana de Março, mas, conforme se tem vindo a verificar, este período poderá ser reajustado às especificidades da programação anual de actividades de todos os que nela participam. A Semana da Leitura tem contado com a participação, o empenho, a diversidade e a capacidade de inovar dos muitos que têm aderido a este desafio e que se empenham em tornar a leitura um bem plenamente usufruído por crianças e jovens. A Semana da Leitura 2010 será um espaço de união e um tempo de partilha que contará com todos a ler.



Assim, nós os do "Clube de Leitura", começámos a Semana em grande!

Primeiro, porque começámos a Semana a Ler, para os outros - várias turmas, do quinto ao nono, que se encontravam a ter aulas, a quem visitámos de surpresa entre as 14:30 e as 16 horas.



Lemos dois dos quatros contos incluídos na obra "Tudo ao contrário!" de Luísa Ducla Soares, a saber: "História da menina branca e do menino preto" e a "História da menina limpa e do menino sujo" e com estas histórias procurámos transmitir uma mensagem de tolerância e aceitação pela diferença.

A vocês também recomendamos a requisição ou aquisição e leitura da obra, mais recomendada para miúdos mas que a graúdos também poderá ensinar, o que em pequenos não aprenderam.

Mas se ainda assim alguém não quis aprender e quiser continuar a ser do contra... então, para esses, dedicamos um poema da mesma autora que tem o mesmo título da obra:

Tudo ao contrário

O menino do contra
queria tudo ao contrário:

deitava os fatos na cama
e dormia no armário.

Das cascas dos ovos
fazia uma omelete;
para tomar banho
usava a retrete.
Andava, corria
de pernas para o ar;
se estava contente,

punha-se a chorar.
Molhava-se ao sol,
secava na chuva
e em cada pé
usava uma luva
.
Escrevia no lápis
com um papel;
achava salgado
o sabor do mel.
No dia dos anos
teve dois presentes:
um pente com velas

e um bolo com dentes.


Finalmente, começámos a Semana da Leitura na perfeição porque vimos o "Clube de Leitura" a ser aumentado com vários membros reais: o André Rosado, a Daniela, o Horea e o Wilson, todos eles da turma C do sexto ano.
Bem-vindos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Concurso "Histórias de Amor aos Pedaços"

No passado dia 8 de Fevereiro, os membros do Clube de Leitura que se reunem todas as segundas-feiras, entre as 14:30 e as 16 horas, sob a coordenação da professora Paula Farinha, prepararam a apresentação / exposição do Concurso "Histórias de Amor aos pedaços", na Escola E.B. 2,3 Engenheiro Nuno Mergulhão.

Dez obras abertas numa única página, onde se podia ler um excerto e ver as respectivas ilustrações. Por cima podia ler-se:

Cada livro aqui exposto é uma história de amor bem conhecida,

como por exemplo “A bela adormecida”.

Primeiro, desafio-te a adivinhares o nome da obra,

apenas observando a ilustração e lendo o excerto exposto.

Depois, escreve o nome das obras expostas numa folha,

devidamente identificada, e entrega-a à Profª Paula Farinha.

Hoje, é com muita tristeza que comunicamos que não houve vencedores...

porque apenas uma aluna da escola participou, a Adriana do 6ºC.

Assim, lamentamos... mas, nós que preparámos o Concurso

e que gostamos de nos envolver vamos ficar com o prémio...

Para vocês que tiveram oportunidade e não participaram, nada...

Para nós, muitos Baci!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Dia dos Namorados ou Dia de S. Valentim



Sabes quem foi S. Valentim ou porque se celebra esse dia?

Não?!

Então, aqui vão três pistas: amor, S.Valentim, casamentos...ainda não?

As comemorações de 14 de Fevereiro, dia de S. Valentim, como dia dos namorados, têm várias explicações possíveis, umas de tradição cristã, outras de tradição romana, pagã.


Bem, recomendamos-te que consultes o sítio http://www.pt.wikipedia.org/ ou o sítio http://www.diadesvalentim.com/ . Assim, irás ficar informado relativamente à origem da celebração deste dia.


História do Dia de S.Valentim

Os costumes deste feriado religioso ficaram interligados com ocasiões mais conhecidas como o "O festival Romano de Lupercalia". Este festival era dedicado ao Deus Pastoral Lupercus e à Deusa do Amor Juno, também conhecida como a Deusa das Mulheres e do Casamento.

O feriado de 14 de Fevereiro era um feriado dedicado a Juno, no dia seguinte, 15 de Fevereiro, começava o "Festival de Lupercalia", que era dedicado a muitos Deuses e Deusas.
Os rapazes e raparigas viviam completamente separados mas, no dia 14
eram colocados em recipientes pedaços de papel com o nome das raparigas romanas e cada rapaz retirava um nome. A rapariga que lhe calhasse seria a sua «namorada» durante o festival .

Às vezes os pares ficavam juntos durante o ano todo, apaixonando-se algumas vezes e casando.

Com os tempos, o dia 14 de Fevereiro ficou marcado como a data de troca de mensagens amorosas entre namorados, sobretudo em Inglaterra e na França e, mais tarde, nos Estados Unidos. Neste último país, onde a tradição está mais institucionalizada, os cartões de S. Valentim já eram comercializadas no início do século XIX. Actualmente, o dia de S. Valentim é comemorado em cada vez mais países do mundo como um pretexto para os casais de namorados trocarem presentes… entre os quais livros.

Na biblioteca

Seleccionámos e organizámos para ti, no passado dia 1 de Fevereiro, uma exposição intitulada "Histórias de amor", com livros que a partir de hoje de Fevereiro poderás requisitar para levar para casa, sem gastar dinheiro para ler.

Histórias de Amor como:

"A Bela e o Monstro", da Madame Beaumont, em Pop Up, para os mais pequenos;

"O soldadinho de chumbo" ou "Ib e Cristina", do já aqui falado no Clube Andersen;

"A gata borralheira" ou "A princesa pele de burro", do Perrault;

"A bela adormecida", dos irmãos Grimm;

"Três Histórias de Amor", de Álvaro Magalhães;

"O meu primeiro beijo" ou "O namoro", de Adam Bagdasariam;

"Amor e a loucura", de La fontaine;

Cantos seleccionados dos Lusíadas de Camões, entre outros para os mais velhos...os graúdos...

mas quem não quiser ir à Biblioteca real, é só abrir um dos livros da nossa Biblioteca virtual...e amorosas leitura! ;-)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Livros pop-up

Sabes o que são livros Pop-up?

São livros maravilhosos... que ao abri-los, a página salta à tua frente, com alguma ilustração projetando-se para fora do papel.

Queres ver?
Então clica: www.youtube.com/watch?v=fyXmp-FiPJo

Hoje, estivemos a ler "O Maravilhoso Feiticeiro de Oz" no Clube de leitura, que reune todas as segundas-feiras, entre as 14:30 e as 16 horas, na biblioteca da nossa escola, e no final registámos as opiniões que aqui vos deixamos.

"Eu gostei muito do livro “O Feiticeiro de Oz" (...) de todas a minha personagem preferida foi o Espantalho porque achei-o muito engraçado. " ( Henrique Takacs, 6ºC, Nº10)

" Uma das razões porque gostei da história do “O Maravilhoso Feiticeiro de Oz foi porque o interior do livro era em pop-up. Também gostei da parte inicial, porque também foi muito engraçada, e dos Quadllings, Winkies e os Munchkins. Das personagens gostei em especial da Dorohty, do espantalho, do homem de lata e do leão porque eram personagens divertidas e honestas...mas a minha personagem preferida foi a Dorohty. Resumindo, adorei a história!"

(Ana Rita Ramos Dias, 6º C, N.º 3 )



"A minha parte preferida foi a parte em que a bruxa derreteu... e quando chegaram ao castelo dos ”Quadllings” mas para perceberem de quem estou a falar, têm de ler também vocês!

Nós já lemos todos!

O clube de leitura é o máximo têm de vir porque e muito divertido, lemos muitos tipos de histórias…" (João Tavares, 6ºC, Nº13)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Dia Internacional do Riso...para miúdos e graúdos!

Hoje é "Dia Internacional do Riso!

Diz o ditado popular "Rir é o melhor remédio" e já está comprovado cientificamente que, para além de ser expressão de emoções positivas, rir constitui alívio de tensão.

A noção de que “ o riso é um bom remédio” é verdadeira porque diminui o stress, a ansiedade e a dor e relaxa a tensão muscular. Há um conjunto de reacções fisiológicas que são desencadeadas pelo riso: fortifica o sistema imunológico, activa o sistema cardiovascular e promove mudanças hormonais benéficas, entre outras. Desta forma, o riso poderá ser considerado um protector da saúde.
O humor beneficia o corpo e o espírito e desde o século IV a.C. que Hipócrates, o pai da medicina, utilizava animações e brincadeiras na cura de pacientes.

Vamos então rir com as anedotas lidas, durante o "Clube de Leitura" e escolhidas pelo João e a Ana Rita para vocês!

Diz o filho para a mãe:
- Mãe, o Bobby fugiu!
-Deixa estar, manhã ponho um anúncio no jornal.
-Mas mãe, ele não sabe ler!

Há dois G.N.R.s do norte que vão apurar as causas de um acidente. Então, vira-se assim o cabo para o praça:
- O senhor vai apontando que eu vou tirando as medidas possíveis.
Diz o praça:
- Nosso cabo, 'pacheio' é com dois 's' ou com 'c' de cedilha?
- Então seu burro, você vem para a guarda sem saber escrever 'pacheio'. Ora 'pacheio', 'pacheio'...
Não obtendo resposta o praça dá um pontapé na cabeça e escreve:
- Cabeça da vítima no meio da estrada!

Num jogo entre o Benfica e o Porto, o repórter pergunta:
- João Pinto, prognósticos para este encontro?
- Prognósticos só no fim do jogo.

Estavam duas vacas a pastar num prado, de repente vira-se uma e diz:
- Muuuummmmmm !
E diz a outra:
- Tiraste-me as palavras da boca.

Redassão: "O mano"

Quando eu tiver um mano, se vai chamar Herrare, porque Herrare... é o mano.



O professor de matemática levanta uma folha de papel em uma das mãos e pergunta para o Joãozinho:
-Se eu dividir essa folha de papel em quatro pedaços, Joãozinho, com o que fico?
-Quatro quartos, professor!
-E se eu dividir em oito pedaços?
-Oito oitavos, professor!
-E se eu dividir em cem pedaços?
-Papel picado, professor!

Numa aula, a professora pergunta aos meninos o que estes querem ser quando forem grandes.
Um diz que quer ser aviador, outro cientista, outro piloto de automóveis e, quando chega a vez do menino Carlinhos, este diz que queria ser playboy. A professora pergunta:
- Playboy, menino Carlinhos?! O que é isso?
- Então! É um gajo que anda em brutos carros, bebe uns brutos whiskies e anda com umas brutas mulheres.
- Ó menino Carlinhos, chegue aqui!
A professora deu-lhe uma série de reguadas no rabo e o miúdo vai a chorar para casa. Chega a casa e o pai, ao ver o filho a chorar, pergunta:
- Porque choras meu filho?
- Porque a minha professora perguntou-me o que eu queria ser quando fosse grande e eu disse que queria ser playboy.
O pai, irritado, faz-lhe a mesma coisa.
No outro dia, o menino Carlinhos já de mansinho, quando a professora pergunta o que este quer ser quando for grande, responde:
- Eu quero ser mini-playboy!
- E o que é isso? - Pergunta a professora.
- Então! É um gajo que anda em brutos triciclos, bebe umas brutas gasosas, …


O miúdo chega a casa todo contente e diz ao pai:
- Pai, tenho boas notícias!
- Ai sim? Ora conta lá.
-Lembras-te do computador que me prometeste se eu passasse de ano?
- Sim...- Já não precisas de gastar dinheiro!


Para ver: http://www.youtube.com/watch?v=230txIrXHbY

Rir dos/com os animais:

Rir dos pequeninos:

Rir de cair:

Rir do futebol:

Rir do susto alheio:

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

As ofertas dos Reis Magos

Os Reis Magos chegaram e depois partiram até ao próximo ano. Mas, deixaram-vos três contos de Natal para vocês lerem até ao Carnaval.

Um bem antigo, escrito há muito tempo, um que retrata uma realidade bem presente e o último que vocês poderão ler se o procurarem... :-)







Conto: A Pequena Vendedora de Fósforos
Autor: Hans Christian Andersen

"Que frio tão atroz! Caía a neve, e começava a escurecer. Era dia de Natal. No meio do frio e da escuridão, uma pobre menina passou pela rua com a cabeça e os pés descobertos.
É verdade que tinha sapatos quando saíra de casa mas não lhe serviram por muito tempo. Eram uns chinelos enormes que sua mãe já havia usado: tão grandes, que a menina os perdeu quando atravessou a rua correndo, para que as carruagens que iam em direcções opostas não a atropelassem.
A menina caminhava, pois, com os pezinhos descalços, que estavam vermelhos e azuis de frio. Levava no avental algumas dúzias de caixas de fósforos e tinha na mão uma delas como amostra. Tinha sido um péssimo dia: nenhum comprador havia aparecido, e, por conseqüência, a menina não havia ganho nem um centavo. Tinha muita fome, muito frio e um aspecto miserável. Pobre menina! Os flocos de neve caíam sobre seus longos cabelos loiros, que encaracolavam graciosamente junto ao pescoço, porém, não pensava nos seus cabelos. Via a agitação das luzes através das janelas; sentia o cheiro dos assados por todas as partes. Era dia de Natal e nesta festa pensava a infeliz menina.
Sentou-se num cantinho entre duas casas. O frio se apoderava dela e inchava seus membros; mas não se atrevia a aparecer em sua casa; voltava com todos os fósforos e sem nenhuma moeda. Sua madrasta a maltrataria, e, além disso, na sua casa também fazia muito frio. Viviam debaixo do telhado, a casa não tinha tecto, e o vento soprava ali com fúria, apesar das aberturas maiores terem sido cobertas com palha e trapos velhos. Suas mãozinhas estavam quase duras de frio. Ah! Quanto prazer lhe causaria aquecer-se com um fósforo!
Será que ela ia ter coragem de tirar um fósforo do molhinho, acendê-lo e aquecer os dedos? Claro que sim! Tirou um! Rich! Como iluminava e como a aquecia! Tinha uma chama clara e quente, como de uma velinha, quando a rodeou com sua mão. Que luz tão bonita! A menina acreditava que estava sentada à beira de um fogão de ferro, enfeitado com bolas e coberta com uma capa de latão reluzente. Ali o fogo brilhava de uma forma tão linda! Aquecia tão bem!
Mas tudo acaba no mundo. A menina estendeu seus pezinhos para aquecê-los também, mas a chama apagou-se: não havia nada mais em sua mão além de um pedacinho de fósforo. Riscou outro, que acendeu e brilhou como o primeiro; e ali onde a luz caiu sobre a parede, fez-se tão transparente como uma véu. A menina imaginou ver um salão, onde a mesa estava coberta por uma toalha branca resplandecente com finas porcelanas, e sobre a qual um perú assado e recheado de trufas exalava um cheiro delicioso. Logo teve a ilusão de que a ave saltava de seu prato para o chão, com o garfo e a faca cravados no peito, e rodava até chegar a seus pézinhos. Mas o segundo fósforo apagou-se, e ela não viu diante de si nada mais que a parede impenetrável e fria.
Acendeu um novo fósforo. Acreditou, então, que estava sentada perto de um magnífico presépio: era mais bonito e maior que todos os que havia visto aqueles dias nas vitrines dos mais ricos comércios. Mil luzes ardiam nas árvorezinhas; os pastores e pastoras pareciam começar a sorrir para a menina. Esta, maravilhada, levantou então as duas mãos e o fósforo apagou-se. Todas as luzes do presépio apagaram-se e ela compreendeu, então, que não eram nada mais além de estrelas. Uma delas passou traçando uma linha de fogo no céu.
Isto quer dizer que alguém morreu — pensou a menina; porque sua avozinha, que era a única que havia sido boa com ela, mas que já não estava viva, lhe havia dito muitas vezes: "Quando cai uma estrela é porque uma alma sobe para o trono de Deus".
A menina ainda riscou outro fósforo na parede, e imaginou ver uma grande luz, no meio da qual estava sua avó em pé, com um aspecto sublime e radiante.
— Avózinha! — gritou a menina. — Leve-me com você! Quando o fósforo se apagar, eu sei bem que não a verei mais!

Depois atreveu-se a riscar o resto da caixa porque queria conservar a ilusão de que via sua avó, e os fósforos arderam com uma tal luz que estava mais claro do que de dia. Nunca a avó lhe havia parecido tão grande nem tão bonita. Pegou a menina nos braços e as duas subiram, no meio da luz, até um lugar tão alto, onde não fazia frio, nem se sentia fome, nem tristeza: até o trono de Deus.
Quando raiou o dia seguinte, a menina continuava sentada entre as duas casas, com as faces vermelhas e um sorriso nos lábios. Morta, morta de frio na noite de Natal! O sol iluminou aquele terno ser, sentado ali com as caixas de fósforos, das quais uma havia sido riscada por completo.
— Queria aquecer-se, a pobrezinha! — disse alguém.
Mas ninguém podia saber as coisas lindas que havia visto, nem em meio de que esplendor havia entrado com sua idosa avó no reino dos céus."




O segundo conto está aqui incompleto. Se o quiseres ler todo terás de procurá-lo na Biblioteca Municipal.


Conto: O Primeiro Natal em Portugal
Obra: Há sempre uma estrela no Natal
Autor: Luísa Ducla Soares


"É véspera de Natal. Mas não para Irina. Para ela só será Natal a 7 de Janeiro, quando as aulas tiverem recomeçado.
A mãe aproveita umas horas extra, na pastelaria, para preparar fornadas de bolos-reis.
O pai, antes de sair, marcou-lhe páginas e páginas de trabalhos de casa. É preciso, para poder acompanhar os colegas.
Folheando o dicionário, a pequena ucraniana procura as palavras portuguesas que há-de escrever em frente das que tão bem conhece.
Tudo diferente! Até o abecedário... Na escola, os outros fazem pouco dela e chamam-lhe "língua de trapos".
Que quererá isso dizer?
Vai à página 190, logo em seguida à 293. Era de calcular...
Tem, no entanto, orgulho em ser a melhor a matemática. Ninguém a bate em contas. Quando a professora entrega os testes e lhe dá vinte, há sempre um grupinho irritado que, no recreio seguinte, se junta, numa roda, à sua volta, cantarolando:
Irina, Irina, Irina,
que menina tão fina!
Tem cara cor de sal,
olhos cor de piscina,
cabelos cor de margarina.
Ai, doem-te as saudades?
Vai tomar aspirina.
Na Ucrânia deixou tantos amigos...
Evita aqueles olhos escuros que se fixam nela, uns curiosos, outros trocistas, outros indiferentes. Sente-se como uma extraterrestre. Porque é que os pais a mandaram vir? Isola-se no recreio, a um canto, tentando desvendar a algaraviada das conversas. Às vezes, o Afonso murmura-lhe ao ouvido um segredo:
- Pareces uma fada!
E foge logo a correr.
Que palavrão será "fada"? Nem vale a pena procurar no dicionário. Algumas palavras que lhe dizem nem sequer lá vêm. A princípio ainda perguntou à mulher da limpeza o que significavam mas ela empurrou-a com a esfregona.
- Ordinária! Estes imigrantes mal sabem falar mas fixam logo a porcaria... Porque não voltam para o sítio de onde vieram?
Com lágrimas nos olhos, Irina vai agora à janela e vê as luzinhas acender e apagar nas árvores despidas. Por trás das paredes deslavadas das velhas casas, decerto se celebra a consoada. Como será?
Doze pratos se punham na mesa de festa no Natal da sua terra. Uma em memória de cada apóstolo. É Natal em Portugal. Que interessa? A família está dispersa. A mãe a fazer bolos-reis que não vai provar porque para os ortodoxos é tempo de sacrifício e jejum. O pai lá anda, na construção civil. Como mais ninguém queria trabalhar na noite de 24, foi, sozinho, pintar um café que está a ser remodelado, ao fundo da rua. Os dois irmãos mais novos ficaram em Priluki, lá longe, com a avó.
Irina aquece a sopa e arranja uma sandes de queijo.
Como pesa o silêncio!
De repente, sente um grito abafado no andar de cima.
Algum assalto? Alguém que caiu? Não sentiu passos nem baque de uma queda...
Com o coração a bater, põe-se a espreitar pelo óculo. Nada!
- Acudam! Acudam!
Mais ninguém se encontra no prédio. As lojas do rés-do-chão estão fechadas, os vizinhos do primeiro andar foram de férias. Por cima, na mansarda, mora uma rapariga nova, gorda, pálida. Irina abalança-se a subir. A porta encontra-se apenas encostada e a miúda entra, a medo. Já ninguém grita.
Um gemido fraco ecoa ao fundo do corredor.
Haverá feridos? Tem horror ao sangue. Por um momento, pensa em voltar para trás. Mas prossegue, pé ante pé, até ao quarto. Deitada na cama, a moça, que ela conhece de vista, geme, agarrada à barriga enorme. Irina aproxima-se, repara que está alagada em suor.
- Ladrão atacar tu? Estar doente?
Tremendo, a outra responde:
- Chama o 112. O bebé vai nascer.
Que será o 112? Estará ela a delirar? Quase desfalece.
Então Irina precipita-se pela escada abaixo. A rua encontra-se deserta. Não conhece ninguém nas redondezas. Corre até ao café onde o pai está a pintar paredes.
- Pai, pai! - grita ela.
Anton desce do escadote, pousa o rolo, inquieto ao ver a filha naquela aflição.
- Que foi? Aconteceu alguma desgraça?
Mal sabe o que se passa, marca um número no telemóvel, dá a morada, pede urgência. Segue-a em passo apressado. Sobre eles desaba uma chuva gelada. Ficam com os cabelos a escorrer, encharcam os sapatos nas poças que, num instante, se formam.
Chegados ao prédio, o ucraniano galga os degraus dois a dois, entra sozinho no quarto da vizinha. A filha fica à espera.
- Irina, ferve uma panela de água. Traz-me um frasco de álcool, uma tesoura, toalhas.
A miúda obedece, confusa.
- Traz-me roupa lavada, para me mudar!
O pintor despe o fato-macaco, sujo de tinta e de pó, na casa de banho, enfia uma camisa branca, umas calças desbotadas. Esfrega as mãos e a tesoura com álcool.
- Irina, a água já ferve?
De novo no quarto, fala pausadamente com a rapariga, em voz alta. Ouve-se tudo cá fora.
- Força! Coragem! Está quase...
De súbito ouve-se o choro de um bebé.
- Entra, Irmã - diz, pouco depois, o pai.
- Vem ajudar. Já és crescida.
Entrega-lhe o recém-nascido. A rapariga, na cama desalinhada, sorri.
- Embrulha-o num xailinho. Está na gaveta do meio. Irina aconchega aquele corpo tão pequenino e frágil. Embala-o devagarinho, como fazia com as bonecas. Uma minúscula mãozinha aperta então o seu polegar.
O alarme de uma ambulância apita. Pára à entrada do edifício. Duas enfermeiras precipitam-se pela porta dentro.
- Então, viram-se atrapalhados? Um parto faz sempre confusão, principalmente aos homens.
- Sou médico - confessa o ucraniano. - Mas, em Portugal, ando nas obras...
As enfermeiras cruzam um olhar subitamente triste. Examinam a criança.
- O bebé nasceu no dia de Natal. É o nosso Menino Jesus. A mãe olha para o homem e pergunta:
- Como é que o doutor se chama?
- Anton.
- António? Quer ser o padrinho? Vou pôr-lhe o seu nome. As enfermeiras levam a rapariga e o bebé para a ambulância.
- Vão dar um passeio até à maternidade. Estão ambos óptimos.
- Manhã nós visitar! - exclama a garota."

O terceiro conto está na Biblioteca da nossa escola, onde existem vários exemplares.
Chama-se "O meu primeiro Natal", foi escrito por Margarida Fonseca Santos e se o quiseres conhecer terás de o procurar.

Boas leituras!